Cartas de Amor de António José Saraiva a Teresa Rita Lopes
- Edição Janeiro 2013
- Colecção
- ISBN 978-989-616-521-5
- Páginas 172
- Dimensões 0 x 0
Depois da publicação da correspondência de António José Saraiva trocada com Óscar Lopes e com Luísa Dacosta, surge agora correspondência trocada com Teresa Rita Lopes. Um diálogo de almas em palavras, sobre temas literários e quotidianos, imbuído de grande ternura e afecto. Nestas missivas, revêem-se os acontecimentos coetâneos – Maio de 68, Abril de 74 – pelo olhar entusiasmado e cândido de quem via alvorecer um mundo novo. Documentos e testemunhos históricos, que importa preservar para memória futura.
«Querida, cada vez que disponho de um vão de tempo, ponho-me a falar contigo por escrito. É o que imediatamente me apetece. E posso-te dizer coisas absolutamente insignificantes, como vês. No entanto, não sofro agudamente com a tua ausência. Acho que realmente te trago comigo, não só dentro, mas um pouco a meu lado. Como se tu realmente estivesses aqui e não te pudesse falar de viva voz. Mas, às vezes, sou chamado à realidade e penso, por exemplo, que, enquanto eu vou apanhar sol e mar, tu ficas aí a secar, no barulho dos tramways e nos cafés.»
ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA, Paris, 4 [de Agosto de 1964]
«Gosto de vincar essa sua “nobreza de não saber viver” que o Professor Vitorino Nemésio lhe diagnosticou quando o demitiu de seu assistente, na Faculdade de Letras… De facto, ele que precisava tanto de se sentir amado, tinha a coragem de ser impopular, detestado mesmo, quando defendia uma ideia ou tomava uma atitude que se lhe impunha como justa e verdadeira.»
TERESA RITA LOPES, in Prefácio