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Largo da Capella
- Edição Março 2022
- Colecção
- ISBN 978-989-616-464-5
- Páginas 180
- Dimensões 0 x 0
Um texto sensível, profundamente enraizado na terra de onde brota que honra modos de vida passados para melhor permitir compreender o presente. Justamente distinguido com a Menção de Honra do Prémio Literário João Gaspar Simões em 2011.
MENÇÃO DE HONRA PRÉMIO LITERÁRIO JOÃO GASPAR SIMÕES
Qual a origem do local onde nasceste? De onde provéns?
Na vasta Gândara que inscreveu Carlos de Oliveira nos anais da literatura portuguesa, numa região essencialmente rural, o conhecimento da vida dos nossos pais e avós - homens que trabalharam a terra de calças arregaçadas, em mangas de camisa, que enterraram os pés gretados no lastro de lama, homens sem tempo nem biografia, dos quais provimos - é essencial para o estabelecimento da ponte entre o passado, cujos vestígios vão cada vez mais rareando, e o presente, tão próximo e turbulento, que vivemos no nosso quotidiano. O tempo corre, a vida foge ao ritmo alucinante do matraquear do relógio e, por isso, não podemos esquecer o busto de vida erguido a nosso lado, transfigurado na imagem de um avô sentado na cadeira ao canto da sala, a sua voz tremida, as suas mãos enrugadas, as alfaias que usava no trabalho, a casa, o pátio e o quintal, à sua volta, que nos remetem para um passado próximo e distante, para as raízes no chão onde caminhamos, e onde inexoravelmente um dia teremos que regressar. É por isso que se incita o leitor a abrir o livro e a virar a página, e a seguinte, e outra, e outras, sucessivamente, para que palpemos meigamente a plenitude do dia-a-dia desta gente, remetendo-nos ao seu valeroso passado através de um romance transformado em vozes, com o pendor religioso católico deste povo plasmado na alvorada da oração da manhã até às preces da noite na entrega da alma a Deus. Por isto, também, os padres da paróquia, figuras centrais neste microcosmos espacial, servem para extremar as parcelas de terreno escritas ao longo da narrativa...
«Já não viverei para saber por presença, mas sei que António Canteiro vai ser, é, um grande escritor. Não escritor porque escreve, mas escritor de raiz, criador raro pelo que sente, olha, pelo poder encantatório, mas real da palavra.»
MATILDE ROSA ARAÚJO
(in carta dirigida ao autor)
«António Canteiro confirma-se como novíssimo escritor da língua portuguesa, ao lado David Machado, Afonso Cruz, Patrícia Portela, Pedro Medina Ribeiro, Luís Caminha, Raquel Ochoa, Sandro William Junqueira e Joana Bértholo.»
MIGUEL REAL
(in Jornal de Letras)