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A Cabeça de Séneca

PRÉMIO LITERÁRIO REVELAÇÃO AGUSTINA BESSA-LUÍS 2010

Paulo Bugalho

  • Edição Janeiro 2011
  • Colecção Gradiva, Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís
  • ISBN 978-989-616-411-9
  • Páginas 360
  • Dimensões 0 x 0
€14,00 €8,40
A Cabeça de Séneca descreve aquilo que à partida parece ser um complicado triângulo amoroso: Pedro, Paulo e Lídia, três jovens indecisos, surpreendidos em momento de metamorfose. Perdem-se num labirinto antigo, feito de verdades mal entendidas, de premonições e falsos chamamentos, mistérios que evocam Séneca, o moralista de biografia ambígua, e Horácio, poeta dos amores nostálgicos. Encontram-se e desencontram-se em sucessivos cruzamentos, na noite lisboeta, no Outono deserto do Meco, em Sintra, nas ruas velhas de Évora. As experiências e o tempo misturam-se na procura de uma solução para anseios diferentes: resolver uma questão científica, escrever o primeiro romance, inventar uma narrativa nova para o passado de Séneca. Da colisão entre o movimento da vida moderna e os ecos ainda nítidos da Antiguidade, surge uma história sobre o trabalho secreto dos afectos e a natureza do passado. Entre viagens, incursões nocturnas, casamentos e funerais, em deambulações quotidianas e no espaço fabuloso da memória acabará por deslindar-se o mistério deste triângulo, de uma forma inesperada. Nos afectos, como na História, nada é o que parece.
 
«A felicidade. Bom, não era a felicidade o primo movens? Que raio, não era isso que procuravam as pessoas, não era esse o fito da civilização ocidental, resolvidas que tinham sido preocupações mais comezinhas (alimentação, sexo, sobrevivência)? E então porque é que Lídia não tinha pensado nisso? Não seria uma espécie de deformidade mental, aleijão invisível, essa ignorância, a incapacidade para ver esse monólito comum, quase banal, no horizonte, a imagem flutuante e pesada da felicidade, que agora surgia, inesperadamente, com uma ferocidade que parecia prestes a destruir a cidade?»