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O Elogio da Dureza

A vida aventureira de um homem de Letras – Primeiro Volume

Rui de Azevedo Teixeira

  • Edição Maio 2021
  • Colecção Gradiva
  • ISBN 978-989-785-065-3
  • Páginas 224
  • Capa Brochado/capa mole
  • Dimensões 14,70x22,20
€18,00 €10,80
Indisponível

«Sentindo‑se só e desamparado nos confins da vida, Paulo não procurou os amigos e passou a evitar as pessoas. Começou a pensar‑se, a refazer ideias de si e do mundo. ‘Com a pancada, ou me torno num vira‑latas ou num criminoso. Ou num homem a sério. Para uma merda tão grande só um contraveneno ainda maior. Tenho de me reinventar. Caso contrário, afundo‑me. Não me vou deixar afundar. Não tenho pai, terei Pátria!’ Do fundo do seu sofrimento, Paulo retirou um código de honra baseado numa ideia de Homem modelada por Camões e também por Hemingway, e pela ideia de Pátria. Iria ser um patriota aventureiro como o poeta e seguiria as regras inspiradas no romancista e nos seus protagonistas. ‘Nunca me deixar intimidar. Nunca me queixar ou desabafar. Muito menos chorar. Fraquezas. Never Cry, Never Complain, Never Explain.’»

Na luta para se manter à tona da «noite interior» em que vive, Paulo de Trava Lobo escolhe como armas a literatura, o humor e a violência. Na literatura, encontra a possibilidade de se evadir e de se «multiplicar» benignamente pelas vidas de ficção; no humor, o «Remédio Bocage» amansa a sua «amarga, acerba dor»; nos comandos, torna‑se num dos coriáceos que consegue «dar um passo depois do último».

Paulo balança entre a universidade e a contra-guerrilha. A sensibilidade culta e inteligente das Letras e o «magnífico terror» dos tiros – em páginas inultrapassáveis de violência letal credível no romance português – formatam Paulo de Trava Lobo. «Comando refinado», que tanto desmonta, na escuridão, a G3, como conceitos de Eco, Barthes ou Kristeva, é um raro «homem à parte». E, apesar de um período de relações rápidas, instantâneas até, é um romântico.

Num percurso vital que começa numa aldeia de Vila Velha do Mar, passa por Macau, Coimbra, Mafra, Luanda, savana e selva, Vila Figueira, Madeira e Porto Santo, e que termina nas tripeiras Antas e Foz, terá Paulo de Trava Lobo encontrado uma luz eleusina, ou outra, para amanhecer a sua «noite interior»?