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Nagasáqui

Éric Faye

  • Edição Janeiro 2011
  • Colecção Gradiva
  • ISBN 978-989-616-448-5
  • Páginas 100
  • Dimensões 0 x 0
€9,50 €8,55
Tudo começa com os desaparecimentos, as deslocações de objectos.
 
Shimura-san vive sozinho numa casa silenciosa situada defronte dos estaleiros navais de Nagasáqui. Este homem comum dirige-se todas as manhãs para a estação meteorológica da cidade amaldiçoando o canto das cigarras, almoça só e regressa cedo a um refúgio sem outro cheiro que não o da ordem e do comedimento. Desde há já algum tempo, regista escrupulosamente os níveis e as quantidades de alimentos guardados em todos os móveis da sua cozinha, pois neste mundo contra o qual o imprevisto nada podia produziu-se uma grave perturbação...
 
Baseada num facto real, esta pequena obra é uma reflexão sobre o individualismo e o seu corolário, a solidão.

EXCERTO

«Como saberia mais tarde quando um inspector me telefonasse, os agentes tinham dado com a porta de minha casa fechada. Nenhuma janela aberta - o que os surpreendera. Depois de terem forçado a fechadura, tinham ficado ainda mais intrigados por não terem podido lá dentro deitar a mão fosse a quem fosse. Ora, estava tudo bem fechado. Pensando que se tratasse de uma brincadeira, preparavam-se para partir sem perderem mais tempo. O autor da brincadeira teria de a pagar caro, Sr. Shimura, far-me-ia notar o inspector. Por descargo de consciência, no entanto, tinham resolvido passar uma busca a todas as divisões. Foi na última, o quarto dos tatâmis, que um dos homens a descobriu, no fundo do oshiire, o armário dos futões.»