CONFIANÇA
- Edição Janeiro 1
- Colecção
- ISBN 978-972-662-474-5
- Páginas 412
- Dimensões 0 x 0
Depois de apresentar a polémica do fim da história, Francis Fukuyama aborda em Confiança, a maneira como as relações sociais influenciam a economia. Fukuyama mostra que, se o desempenho económico de uma nação for medido pelo bem-estar e pela competitividade – pode concluir-se que ele é condicionado por uma única característica cultural: o nível de confiança entre os agentes da sociedade civil – empresas, sindicatos, igrejas, clubes, associações comunitárias, ONGs e comunicação social, entre outros.
O Japão, os EUA e a Alemanha são os melhores exemplos de confiança elevada e de desenvolvimento económico. Durante a crise do petróleo, por exemplo, tanto a Daimler-Benz quanto a Mazda, fabricando automóveis na Alemanha e no Japão, estavam à beira da falência. Foram salvas por uma intensa mobilização de agentes sociais, nomeadamente por um grupo de fornecedores industriais e de bancos. O lucro de curto prazo foi sacrificado para permitir a recuperação da instituição. Como a Mercedes e a Mazda tinham apoiado os fornecedores no passado, viriam a apoiá-los no futuro, eles tinham obrigação de ajudar aquelas empresas em contexto de crise.
Por outro lado, há sociedades em que a falta de confiança conduziu à estagnação económica e a todo um conjunto de implicações sociais daí decorrentes.
Fukuyama cria uma escala de sociabilidade para avaliar o chamado "capital social", o potencial que as pessoas de uma determinada cultura têm para trabalhar juntas visando a objectivos comuns em grupos e organizações. Esta sociabilidade, por sua vez, decorre do grau em que as comunidades partilham normas e valores, mostrando-se dispostas a subordinar o individual ao colectivo.
Desses valores compartilhados nasce a confiança, tema central deste livro, que apresenta o primeiro grande ensaio de integração das visões económicas e sócio-culturais a partir da realidade dos anos 90.